Discurso proferido na festa de confraternização da Câmara Brasileira do Livro, no dia 11 de dezembro,
no Rosa Rosarum, que encerrou as comemorações dos 60 anos de fundação da CBL. O evento reuniu editores,
livreiros, distribuidores, autoridades na área de Educação e Cultura, autores, tradutores, ilustradores,
do presidente da União Brasileira de Escritores - Levi Bucalem Ferrari e de Rosani Abou Adal.
Senhoras e senhores, boa noite!
Nesta agradável noite de dezembro, às
portas de um novo ano que se anuncia, é muito gratificante estar entre amigos
para partilhar alegrias, celebrar conquistas e desejar um novo ano muito
melhor.
Cada edição do Jantar de Confraternização
do Mercado Editorial e Livreiro é sempre muito significativa, pois é quando
temos a oportunidade de encontrar grandes amigos e colegas de profissão.
Mas para mim o jantar deste ano ficará
gravado na memória para sempre, por dois fatos muito particulares e muito
sentimentais.
Um dos motivos é que o evento de hoje
encerra em grande estilo as comemorações dos 60 anos da CBL, fato que marcou
todas as atividades de nossa entidade em 2006.
Entre as ações comemorativas destaco o
lançamento do livro dos 60 anos,
uma publicação que reúne todos os capítulos da pujante história da CBL, a
realização do Prêmio Jabuti na Sala São Paulo e a recuperação da sede da
Avenida Ipiranga, que será destinada à formação de um centro de memória da CBL
e prestará novos serviços aos associados.
Tenho convicção de que a passagem do
sexagésimo aniversário da Câmara Brasileira do Livro ficará registrada na
história de nossa entidade como um período muito importante de sua trajetória.
O segundo motivo é que este é o último
jantar de minha gestão como presidente da Câmara Brasileira do Livro. Como é do
conhecimento de todos, meu mandato se encerrará no final de fevereiro de 2007.
Nesses quatro anos, muitos foram os planos
e projetos que nortearam nosso trabalho. Quando assumi a presidência, em
fevereiro de 2003, tinha ciência de que os desafios eram muitos e grandiosos,
mas a vontade de superá-los e ir além era maior e mais persistente.
Assim, com a participação ativa de
diretores e inúmeros associados da CBL, de presidentes de nossas entidades
co-irmãs, de importantes figuras do meio político e empresarial e, notadamente,
da equipe de profissionais da CBL, foi possível trabalhar para que nossos
projetos se implantassem e conseguíssemos expandir as fronteiras de nossa
atuação, principalmente na área política e junto aos meios de comunicação.
Entre as principais realizações desta
gestão que tive a felicidade e orgulho de presidir, destaco a mudança da Bienal
Internacional do Livro para o Anhembi, a retomada do Encontro Nacional de
Editores e Livreiros; a incrementação do Prêmio Jabuti; a ampliação e
requalificação da Escola do Livro, inclusive com a criação em parceria com a
Fundação Instituto de Administração do curso Aperfeiçoamento para Executivos do
Mercado Editorial; o lançamento do 1o
Anuário Brasileiro do Livro e da revista Panorama Editorial,
que já está em sua 26a edição; a modernização
do site da CBL que recebe 120 mil acessos por mês e, principalmente, a
participação decisiva da CBL nas articulações políticas que resultaram na instalação
da Câmara Setorial do Livro e Leitura e na desoneração do Pis/Cofins.
Quero agradecer a todos que nos ajudaram
nessas e em outras tarefas, principalmente nos momentos mais difíceis, quando
muitos não acreditavam que seria possível. Quero fazer um reconhecimento
especial aos integrantes da atual diretoria, que muitas vezes privaram-se de
seu tempo de trabalho ou lazer para dedicarem-se à CBL, visando ao benefício de
toda a nossa classe.
Finalmente, quero destacar e agradecer
especialmente à minha mulher e companheira de todas as horas, que muitas vezes
teve de abrir mão de minha companhia, e que em todos os momentos dessa
trajetória me apoiou incondicionalmente, dando-me força e coragem, e
colaborando com suas sugestões.
Ao fazer todas essas considerações,
sinto-me plenamente à vontade para entregar a presidência da CBL com a
consciência do dever plenamente cumprido, certo de que soube dividir com meus
colegas e companheiros os méritos pelas realizações dessa longa caminhada.
A vida segue seu rumo, e no início do
próximo ano os associados da CBL vão eleger sua nova diretoria. Nossa chapa
escolheu como candidata à minha sucessão a editora Rosely Boschini, que como
vice-presidente na atual gestão, foi responsável por muitas das ações e
mudanças positivas implantadas na Câmara, entre as quais destaco a
requalificação e ampliação da Escola do Livro.
Com uma certa tristeza, mas orgulhoso dos
desafios e das metas que consegui cumprir, quero aproveitar esta oportunidade
para despedir-me de todos vocês como presidente da CBL, muito embora
permanecerei no meu posto de comando até fevereiro do próximo ano.
Deixarei a presidência da nossa Câmara
Brasileira do Livro, mas continuarei plenamente ativo na luta pessoal que venho
empreendendo ao longo de toda minha vida em prol do livro e da leitura.
Vou continuar atuando em outros cenários
políticos e institucionais do universo do livro, pois não consigo conceber
minha existência afastado das causas que sempre defendi, que têm como objetivo
a construção de um País mais justo, culto e desenvolvido.
Muito obrigado!
Oswaldo Siciliano é editor e presidente
da Câmara Brasileira do Livro.