Luz que não se apaga, uma voz que não se cala
Uma sentida ausência se
fez sentir na poesia piracicabana...
Maria Cecília Machado
Bonachella partiu, deixando a poesia órfã de seus versos.
Uma voz calou-se, mas a
sua poesia permanece intocada para a posteridade, uma herança preciosa para
incentivar novos poetas. Assim, como um rastro de estrela, um perfume de flor.
Ela semeou poesia por
várias décadas. Não só semeou como ensinou e incentivou os inúmeros aspirantes
a poetas. Os muitos frutos estão agora maduros e prosseguirão espargindo as
sementes que plantou.
Virou estrela, foi poetar
no céu. A saudade é imensa, mas os desígnios de Deus para ela agora são outros.
Um dia será a nossa vez, e enquanto estamos aqui, plantemos poesia, e vamos colher sonhos, adocicar a vida que
já é um tanto amarga.
Poemas são pequenos sóis
a iluminar e aquecer nosso caminhar terreno. Por mais que as adversidades sejam
tamanhas, sempre haverá um raio de sol penetrando pelas frestas de nossa alma
para nos aquecer nos períodos invernosos da vida.
Cecília, siga seu destino
glorioso, vá trilhar as novas paragens celestiais, pois fica aqui na terra seu
rastro de luz em forma dos versos que escreveu. Solte-se, querida amiga,
liberte-se dos grilhões da carne. Use suas novas asas angelicais e voe como um
pássaro no azul infinito. Missão cumprida. Desfrute agora a Paz.
Ivana Maria França de Negri é poeta, escritora, membro da União
Brasileira de Escritores e do Centro Literário de Piracicaba.