Adriano
Nogueira ?escritor h?muito tempo. Filho daquela geração de jovens talentosos
que abriu os olhos para as letras e para os problemas do País, mal entrada na
puberdade, quando o mundo,?e dentro dele
o Brasil, debatia, com ardor e generosidade, quais os melhores caminhos para o
futuro, após uma guerra de seis anos que exauriu a humanidade. De então para c?
nunca parou de escrever e de acompanhar a evolução natural do nosso universo
literário. Mas nunca se dispôs a aparecer em livro. Não levado pelo desapreço
ao que escrevera. Levado por um natural desinteresse tão comum em outros
valores da nossa cultura e das nossas letras, justamente porque os seus
trabalhos são por demais importantes e relevantes ?que se deixou convencer,
afinal, diante da insistência dos amigos. Reuniu aqui então alguns desses
trabalhos, quase todos publicados no jornal literário Linguagem Viva, que dirige juntamente com a jornalista e poeta Rosani Abou Adal.
Piracicabano de nascimento e
de residência a vida inteira, fez o que achou justo: reuniu no livro, em grande
parte dele, retratos e registros de figuras e obras dos filhos da terra, que
deixaram notável legado para o Estado e o País.
Pelo
título - Registros Literários -
parecer?que o livro reúne despretensiosas e circunstanciais resenhas. O
inverso ?o verdadeiro. Estes trabalhos põem de p?figuras do maior valor das
nossas letras e obras que se integraram definitivamente ?sua história.
O
importante, em particular, ?que o registro do painel piracicabano,
dentro do painel nacional, vem a relevo em tela panorâmica, sinalizando o
autor, sem que pretendesse isto, que ali, em Piracicaba, sempre existiu uma das
muitas Atenas que pontilham pelo País afora...
Figuras
como as de Thales de Andrade, Mário Neme, João Chiarini, Léo Vaz, Almeida
Fischer e tantas outras, passeiam nestas páginas como se vivas ainda fossem. Os
comentários que Adriano faz de obras literárias, de datas comemorativas de
fatos culturais importantes, o traço de perfis de figuras outras das nossas
letras, de outras regiões e de outros Estados, sucedem-se aqui com invejável
leveza de trato, livres de excessos laudatórios, valendo-se de extraordinária
economia de meios e de apurada essencialidade.
Temos
neste livro muito da história cultural piracicabana e
muito da história cultural do País. O fecho da obra, onde o autor estuda aspectos políticos na?vida de Euclides da Cunha, ?um achado,
porque vem provar, neste arremate, que Adriano, para além do seu estilo elegante,
para além do cronista, do historiador e pesquisador das nossas letras, ?um
analista minucioso e preciso de qualquer tema que aborde.
L?/span>-se o livro com grande prazer e
curiosidade. Prazer porque estamos diante de um escritor de estilo personalíssimo,
senhor de um como dizer muito
próprio em cada texto; curiosidade porque Adriano Nogueira resgata e expõe aos
nossos olhos tesouros valiosos das nossas letras, quantos deles cumprindo a
injusta e serena paz do esquecimento.
Estes
registros são registros que são verdades
vívidas da nossa história cultural e literária.
Rosani Abou Adal
Registros Literários
reúnem artigos?divulgados no jornal Linguagem Viva e palestras proferidas
pelo autor, publicadas nos jornais de Piracicaba. ?um trabalho de qualidade,
suficiente para mostrar que Adriano Nogueira ?bom na arte de escrever.
Ele
sabe dosar as ilustrações textuais, sua redação cativa o leitor.
Quero
ressaltar que este livro significa valiosa contribuição para o resgate e preservação
da memória literária de sua terra natal, ficando evidente a sua preocupação com
o nome, obra e vida de escritores que dignificaram o nome de Piracicaba na
história da literatura nacional.
Adriano
?advogado, secretário da Academia Piracicabana de
Letras e diretor da União Brasileira de Escritores. Lutou para ser gente na
vida e fazer algo de útil para a humanidade. Socialista democrático, sempre
esteve solidário com os fracos e oprimidos; gosta e fala com entusiasmo de
escritores que aspiram a construção de um mundo
melhor.
Desse
posicionamento ideológico resultou a elaboração de registros sobre?Cid Franco e
Patrícia Galvão (Pagu), escritores, amigos e
companheiros de luta. Adriano ?bom como gente e escritor. ?como um diamante,
nasceu lapidado para o bem .
Os
leitores irão avaliar Registros
Literários como se estivessem comendo amoras num quintal poético.
O que me cabe ?brindar o aparecimento do livro, que, como diz Adriano, ?uma extensão do seu trabalho no jornal Linguagem Viva.