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17o Encontro Brasileiro de Haicai Sábado 5 de novembro
de 2005. O tempo instável e os dias cinzentos vinham caracterizando a primavera
deste ano em São Paulo. Entretanto, nesse dia, como se fosse um pequeno
milagre, o céu nublado das primeiras horas da manhã foi aos poucos se abrindo
para o sol, que brilhou durante o dia inteiro, pintando
um cenário de cores festivas para mais um Encontro Brasileiro de Haicai. Desde as sete horas,
a movimentação no Colégio Santo Agostinho era intensa, dividida entre a
arrumação do Salão Santa Mônica, sede dos principais eventos do Encontro, e o
espaço da cantina, onde seriam servidos o café da manhã e o almoço aos
visitantes. À porta do Salão, foram arrumadas as bancas de livros e de
inscrições para o Grande Desafio, à espera dos primeiros visitantes, que não
tardaram a aparecer. Ao redor das oito e meia, o café era servido às
caravanas do interior que vieram prestigiar o Encontro. Após resolver os
inevitáveis contratempos de última hora, o Encontro era aberto às dez e meia, pela voz potente do apresentador oficial
Alberto Murata a anunciar as atrações do dia.
Seguindo-se a uma breve mensagem de boas-vindas de Edson Kenji
Iura, coordenador do Grêmio Haicai Ipê, entidade
promotora do Encontro, teve início a palestra
“Haicai e Maturidade”, levada a cabo pela poeta Eunice Arruda e pela
psicóloga Myrian Martins, dando conta da introdução
do haicai como ferramenta ocupacional de um grupo de terceira idade e das
implicações terapêuticas desse trabalho. A declamação dos haicais produzidos
pelo grupo completou a apresentação, acompanhada com grande interesse pela
platéia, que dirigiu inúmeras perguntas às palestrantes. No intervalo que se
seguiu, foi servido o almoço aos presentes, que puderam acomodar-se com
conforto nas bancadas armadas no espaço da cantina, observando a quadra de
esportes do colégio, deserta e brilhante ao sol do meio-dia. Muitos contatos
entre os participantes, fortalecendo o intercâmbio de experiências entre haicaístas de diferentes lugares do Brasil. Tempo também
para atualizar a estante com os livros vendidos à porta do Salão Santa Mônica
e, mais importante, fazer a inscrição gratuita para participar do Grande
Desafio. Às duas da tarde,
com o Salão lotado, iniciou-se o Grande Desafio, ponto culminante do Encontro
Brasileiro de Haicai, sendo anunciados os temas “filhote de gato” e “ipê
amarelo”. Cada inscrito deveria escolher apenas um dos temas e compor um
haicai em 20 minutos. Não houve separação entre crianças e adultos. Esgotado o tempo, monitores recolheram os trabalhos, que foram
julgados por uma banca de seis jurados: Teruko Oda, Edson Kenji Iura, Lúcia Helena Nascimento, Hazel
de São Francisco, Sérgio Pichorim e Carlos Martins. Enquanto isso, as
atividades se dividiram em duas partes: jovens e crianças eram convidados a
participar de uma aula de origami com a
professora Sandra Sakamoto no espaço da cantina,
enquanto os adultos permaneceram no Salão, onde ouviram a uma palestra do haicaísta Guin Ga Eden com o título “O que é
Haicai”. Aqui, o palestrante resumiu os principais parâmetros que regem a
composição desta forma poética, lançando mão ainda de “listas de
recomendações” divulgadas pela internet e
discutindo sua validade. Às dezesseis horas,
o júri já terminara seus trabalhos. Entretanto, a premiação iria começar pelas crianças e jovens participantes do 4o Concurso Brasileiro de Haicai Infanto-juvenil, iniciativa do Grêmio Haicai Ipê
que, durante 2005, mobilizou 3769 alunos do Ensino Fundamental de cinco
estados. Foram entregues prêmios a 10 haicais classificados, mais 15 menções
honrosas e cinco menções especiais. Nem todos os premiados puderam
comparecer, mas era grande a alegria dos presentes. E, finalmente, a
divulgação dos vencedores do Grande Desafio: um a um, a começar pelo décimo
lugar e, numa vibração crescente, chegando ao primeiro lugar, foram sendo
anunciados os vencedores para que viessem receber seus prêmios. Muitas poses
para fotos e manifestações de satisfação por mais um ano de sucesso marcaram
o encerramento do 17o Encontro Brasileiro de Haicai. Edson Kenji Iura
é haicaísta do Grêmio Haicai Ipê e editor do Caqui
(http://www.kakinet.com). |
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