O escritor, crítico literário, diretor da União
Brasileira de Escritores e colaborador desse jornal, Samuel Penido,
autor de O Homem e suas Sombras, entre outros livros, faleceu no dia 26
de maio, em São Paulo.
Conheci
Samuel Penido na Faculdade de Comunicação Cásper Líbero quando cursava jornalismo, em 1981. Ele
lecionou Literatura, substituindo o saudoso mestre Antonio Rangel Bandeira.
Saudades das aulas preciosas, que tive o privilégio de tê-las, e o tempo jamais
apagará da minha mente.
Foi um golpe a notícia do seu falecimento, que me
foi dada através do amigo Caio Porfírio Carneiro, no dia em que participava do
Sarau do Alberico Rodrigues. Perdi um grande amigo, o
eterno professor - que plantou poesia na minh’alma -,
suas preciosas colaborações e comentários, que engrandeceram as páginas do Linguagem Viva.
Amigos de verdade nunca morrem porque suas
lembranças estão sempre vivas dentro da gente. Fica a saudade dos encontros na
antiga sede da UBE, dos bate-papos nos bares e restaurantes de São Paulo na sua
companhia e de outros queridos amigos, que também partiram, como o Almeida
Fischer, Adriano Nogueira, Paulo Colina, Bonafé,
Geraldo Pinto Rodrigues, Tito Batini, Henrique L.
Alves, entre outros nomes das nossas Letras. Ah... que saudades dos
pasteizinhos e do senhor Franco, o “tio Franco”, que administrava o barzinho da
UBE.
Samuel Penido gostava
de conversar sobre poesia, mas os seus olhos brilhavam quando falava da poesia
da sua vida, da sua musa inspiradora, da sua companheira Pérola, que era para
ele tão preciosa quanto a mais rara pérola encontrada na natureza.
O espaço deste editorial é pequeno para falar do
grande ser humano e amigo que foi; é ínfimo para falar da sua poesia, que
jamais morrerá porque poetas do seu calibre ficam perpetuados na história da
nossa Literatura; também é conciso para homenagear o grande colaborador que esse
jornal perdeu.
O ser humano partiu e deixa saudades, mas o poeta
se perpetuará através das suas sombras.