YEDA PRATES BERNIS E O
ETERNO.
Valdivino Pereira Ferreira
A
recente eleição para a Academia Mineira de Letras, com a significativa votação
de 29 sufrágios, coroa a labuta poética da maior poeta brasileira hoje viva: Yeda
Prates Bernis. Tecendo palavras e ninando a vida, a autora passou grande parte
da sua biografia construindo uma obra bibliográfica rica de poética e intensa
de conteúdo, esforçando-se para compor um painel sentimental de palavras
celebradoras da paz e do amor fraterno. Sua poesia trazia na estréia, em 1967,
com o livro “Entre o rosa e o azul”, uma promessa. Sucesso de critica e
reconhecido no meio, o livro prenunciava produtiva artesã da palavra que nascia
para a poética montanhesa, como o iluminado Guimarães Rosa em outro campo da
palavra escrita, compôs magnificamente o cenário mineiro na arte do romance.
Seus exercícios futuros no campo da poética transcendental confirmaram o
vaticínio de celebrados intelectuais, tais como: a grandiosa Henriqueta Lisboa,
o virtuoso Augusto de Lima Jr., Moacyr Andrade, o jornalista Dídimo Paiva,
Martins de Oliveira, o celebrado critico literário Antônio Cândido, José
Afrânio Moreira Duarte, João Luiz Lafetá, Ivan Lins, Francisco Carvalho, Caio
Porfírio Carneiro, Cyro dos Anjos, Fernando Sabino, Carlos Drumond de Andrade,
Abgar Renault, Affonso Romano Sant’Anna, Alphonsus de Guimarães Filho.
A
poesia bernisiana foi feita para a eternidade. Diz tudo em poucas porque fala
pelo coração. Aliás, Henriqueta Lisboa, sua mestra na mocidade e amiga vida
afora, de quem seguiu as pisadas, disse “que a poesia de Yeda foi feita para
habitar corações”. E o que permanece nos corações está fadado a ser eterno.
A
bibliografia bernisiana é concisa mas nem por isso menos profunda. Composta em
11 livros e três antologias, o leitor que resolver conhecer a sua obra navegará
pelo céu, passeará por florestas de estrelas e tomará banhos de luar sem sair
da terra. É poesia que alimenta a alma e transborda de emoção.
Urge
que o Governo do Estado promova a sua obra nas escolas de primeiro e segundo
grau. Não podemos privar nossa juventude da graça de conhecer a sua obra e de
entrar em estado de graça. A Academia Mineira acolherá em seu seio uma legitima
representante da poética mineira moderna, imortalizando-a na perenização do
espírito da nação montesina e mediterrânea que tanto preza o belo e o eterno.
Valdivino Pereira Ferreira é scritor, poeta, contista, do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.