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Lauro Martinelli Realização Onírica

 

Paulo Veiga

 

Tive surpresa e prazer de receber, via postal, a recente obra de Lauro Martinelli, Sonhos & Sonhador, agradavelmente autografado, que me sensibilizou como se eu tivesse contribuído, com algum mérito, na produção do livro. Não. Não contribuí. O mérito é todo seu, Martinelli, pelo poder de criatividade a levar aos leitores uma produção, sem dúvida, fruto de iniciativa e de pesquisas, quiçá de noites e noites.

A obra é romance, é conto, é crônica, é história, é novela e autobiografia. Seja o ângulo de quem a leia, é de ingrediente crescente desde o início, a estimular o leitor a chegar à última página e se sentir, por lê-la, agradecido pelo que lhe proporcionou o lazer.

O autor é personagem com a intenção de envolver terceiros, e o faz que, na trama bem urdida, o leitor une e admira o parentesco entre os personagens.

Martinelli não pode mais ser considerado escritor emergente, é maduro e demonstra experiência na arte de escrever que, de modo algum, queira eu dizer que seu primeiro livro, estreante, fosse culturalmente frágil. Pelo contrário, lá no nascedouro já se observava seu poder criador e que vem prosperando.

O tema envolve fatos de época e de atualidade, fruto de sonho como o descreve na obra. Há mistério, amor, navegação em mares bravios e, em especial, o relacionamento familiar dentro do logro durante a vida – que ainda há até aos dias de hoje em muitas famílias.

Explora parte histórica da nobreza da época, destaca Otto Von Bismarck, cognominado “Chanceler de Ferro”, falecido aos 83 anos; grande estadista prussiano, que conseguiu fazer da Alemanha uma potência colonial, que durou até se tornar República.

Martinelli foi feliz na trama ao incluir-se no dia-a-dia de outros personagens, que o torna interativo na história política e valorizar a obra. Com efeito, uma biografia é mais de interesse próprio e da grei familiar. No entanto, se há interação da autobiografia com a trama entre terceiros personagens, o interesse do leitor é despertado para conhecer a obra além da biografia.

A interação, no presente caso, romance ou novela, traz aliada à história a pessoa do autor em texto de leitura fluente em clima, que é básico na literatura, o chamado storyboard e, isto, está muito bem lapidado na obra.

Aguardemos, pois, sua próxima obra, Martinelli, para gáudio de seus leitores.

Paulo Veiga, advogado, mestrado em Ciências Políticas, escritor, conferencista, diretor do Centro de Estudos Fernando Pessoa e membro correspondente da Academia Fortalezense de Letras.